A inovação não deve desconsiderar a história e tradição das empresas
“Inovação é mandatório, mas é preciso tomar cuidado para não prejudicar histórias construídas há mais de um século”. É o que diz Davide Ravasi, especialista em gestão estratégica e professor da Università Bocconi, em Milão, conhecida como uma das melhores escolas de negócios da Europa.
Em entrevista à revista Comunicação Empresarial, Ravasi explica a importância de preservar a identidade organizacional em processos de aperfeiçoamento. Segundo o especialista, as mudanças devem ser conduzidas de forma que não ameacem a imagem positiva da empresa: “Quando empresas inovam, elas precisam ser extremamente cuidadosas para não prejudicar o capital simbólico, portanto, não podem fazer algo que viole o que as pessoas esperam delas e de seus produtos”. Segundo ele, é importante que a modificações ocorram dentro da tradição.
Ravasi define identidade organizacional como o elemento central, duradouro e diferenciado de uma companhia. Trata-se, segundo o especialista, de um núcleo composto por valores que distinguem a organização de seus concorrentes. “A construção de uma identidade forte por parte das empresas pode estimular o compromisso de seus colaboradores e até mesmo de seus consumidores”, explica.
No entanto, é preciso estar sempre em movimento. Isto é, a empresa precisa realizar ações para que a identidade organizacional não caia na inércia, “isso deve ser conduzido com frequência, caso contrário os colaboradores correm o riso de esquecer gradativamente de sua identidade e do que realmente torna sua companhia grande, especial e diferenciada.”, atenta Davide Ravasi.
Para manter os valores coerentes é preciso reavaliá-los constantemente. Dessa forma, a identidade se mantém viva dentro e fora da organização: “Uma identidade forte e clara pode estimular a identificação e o compromisso das pessoas. Ela dá direção para decisões estratégicas e garante a preservação e a exploração dos recursos e capacidades diferenciadas das empresas, além de assegurar a coerência entre o que é dito e feito”, conclui Davide Ravasi.
*Com informações da revista Comunicação Empresarial, publicação da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje).