Responsabilidade Social é um tema que tem pautado o planejamento de diversas empresas e tem ganhado caráter estratégico. Mais do que discurso, deve ser percebido e exercido por todos os seus públicos, principalmente por aqueles que compram produtos e contratam serviços que vão colaborar com o sucesso e resultado do negócio.
O que tenho observado, em algumas empresas, é que no momento da contratação, o manual de política e procedimentos, códigos de condutas e ética, diretrizes e valores estão sendo esquecidos – em detrimento do custo. As empresas convidadas para concorrências não apresentam o mesmo perfil, natureza jurídica, estrutura, conhecimento técnico e as leis trabalhistas muitas vezes são ignoradas.
Para uma prestadora de serviços estruturada, de reconhecida excelência, profissionalizada, que cumpre todas as leis, fica quase impossível concorrer, o que acaba se caracterizando como concorrência desleal. Por isso, é fundamental a solicitação de documentos que comprovem as práticas adequadas da prestadora de serviços e atestados técnicos que garantam o princípio da igualdade.
Para garantir credibilidade, total transparência no processo de contratação e que as empresas participarão nas mesmas condições, as solicitações devem ser por escrito e descrever detalhadamente o serviço, qualidade e quantidade dos materiais a serem empregados, perfil dos técnicos envolvidos (inclusive registros profissionais), resultados esperados, e todos os insumos.
A proposta deve ainda detalhar como a contratante deseja recebê-la, em qual formato ou apresentação – o que orienta os participantes e os coloca em plena condição de competição. Outros fatores importantes são os conceitos criativos e viabilidade de aplicação, que podem ter pesos diferentes na avaliação.
É muito importante o comunicado de que determinada empresa venceu uma concorrência, mas também é fundamental que haja a informação a quem perdeu e quais os motivos. Isso auxilia no aprimoramento do trabalho e denota respeito por quem participou do processo.
Muito além dos valores e práticas socialmente responsáveis, contratar empresas que não obedeçam às leis pode resultar em prejuízos à imagem e futuras ações judiciais, em que o contratante pode se citado como corresponsável.
Mais do que palavras, missão, visão e valores devem representar de fato o que uma empresa é. O reconhecimento é sempre consequência de trabalho pautado por princípios éticos e respeito ao outro.
Márcia Felício
Diretora de Relações Públicas da Thema Relações Públicas & Imprensa. Foi professora da PUC Campinas, das disciplinas de Planejamento Estratégico, Consultoria, Ética e Legislação – com mais de 20 anos de experiência na área de Relações Públicas. Pós-graduada em Comunicação e Marketing, Comunicação Pública e Responsabilidade Social. Em 2012 recebeu o Prêmio de Opinião Pública, POP, na categoria de Relações Públicas Internacionais.