O “Mapa da Comunicação Brasileira 2011” apresentou um panorama da área, bem como sua evolução, e opinião de 100 gestores de órgãos públicos brasileiros, empresas privadas nacionais e de capital estrangeiro
O perfil do comunicador contemporâneo e a área de comunicação interna desenvolvida em empresas foram alguns dos assuntos analisados pelo Instituto FSB Pesquisa no “Mapa da Comunicação Brasileira 2011”. A proposta do estudo é formar conhecimento na área de comunicação organizacional. O documento traz um panorama com a evolução da área e opiniões de 100 gestores de órgãos públicos brasileiros, empresas
privadas nacionais e de capital estrangeiro.
Durante muitos anos, a comunicação interna foi vista como uma área secundária, entretanto, vem ganhando espaço graças às políticas empresariais baseadas no diálogo entre organização e colaboradores e na transparência da informação. Muitas dessas mudanças começaram nos anos 1990, com o boom da internet e das novas formas de interação com stakeholders.
Segundo alguns executivos que responderam as entrevistas, o objetivo principal da comunicação interna é a motivação e a integração dos colaboradores. A ideia é tornar o ambiente empresarial mais propício à criatividade e inovação. Além disso, a comunicação trabalha também para reter os profissionais talentosos.
Outro ponto indicado pelos gestores é a necessidade de manter um alinhamento das posições institucionais. Querendo ou não, as empresas também são assunto nas redes sociais. Assim como milhares de outras pessoas, seus funcionários também estão lá, falando de outras empresas, compartilhando ideias e críticas sobre produtos e serviços.
Muitas vezes, por causa da falta de uma comunicação integrada, a atitude de um colaborador pode ser o epicentro de uma grande crise. Um empregado descontente pode usar as redes para falar mal da empresa onde trabalha. Por isso, além de informar, o comunicador deve usar a internet para mostrar os valores da organização.
Veículos internos e desafios
Quando questionados sobre os principais canais utilizados para a comunicação com funcionários, o e-mail ficou em primeiro lugar. Em segundo lugar, aparece a comunicação face to face, seguida da intranet, jornal mural e newsletter. Outros canais usados são jornais, videoconferência, teleconferência, redes sociais, TV institucional, revistas, plataforma wiki e eventos. Esses canais têm como objetivo, segundo os gestores, gerar motivação, integração e unidade, além de fazer circular, de forma transparente, os valores da organização. Em outras palavras, a proposta é compartilhar conhecimento e informação.
Cada setor destacou os desafios a serem trabalhados. A interatividade e a transparência são ressaltadas pelos órgãos públicos, enquanto nas organizações estrangeiras o foco é desenvolver novos modelos de negócios. Já as empresas brasileiras focam no posicionamento estratégico.
Para os funcionários de empresas privadas e órgãos públicos, a área de assessoria de imprensa aparece como a mais valorizada internamente, seguida da comunicação interna. Já os funcionários de organizações estrangeiras colocaram as atividades de comunicação voltada para o público interno em primeiro lugar, posicionando a assessoria em terceiro, seguida das ações voltadas para sites e blogs.
Os comunicadores
Um dos capítulos da pesquisa é dedicado ao mapeamento do perfil dos comunicadores do mercado brasileiro. A maioria são mulheres que começaram a atuar na área antes de 1997. Há mais jornalistas do que relações públicas e publicitários. Entretanto, foram encontrados administradores e profissionais de marketing atuando como gestores das áreas de comunicação interna. Em relação à formação complementar à graduação, 53% dos gestores nos órgãos públicos possuem alguma pós-graduação. Enquanto nas empresas privadas brasileiras o índice sobe para 83%, nas estrangeiras é de 87%.
Dos 100 profissionais entrevistados, 85 responderam que a área de comunicação em que trabalham é responsável pela comunicação interna em suas organizações.
Segundo apontou a pesquisa, os diretores ainda têm dificuldade em reconhecer a importância da comunicação interna para as organizações. Essa é considerada a principal barreira no processo de valorização da área como fundamental para o negócio.
*Fonte: Nós da Comunicação